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Encontro de Gerações de Mulheres em TI no UOLDiveo

“este não é o PC do meu namorado!”

[I]nfelizmente ontem foi o último dia da Semana da Mulher na Tecnologia. Eu não pude participar de todos os eventos da semana por questões logísticas e também de tempo, mas no post passado comentei sobre a abertura da semana, que foi na TOTVS daqui de São Paulo. Hoje, publicarei sobre o evento de encerramento, que foi um encontro muito bacana com várias mulheres relacionadas a TI, de diferentes idades.

O evento aconteceu no Auditório da Folha com apoio e participação de várias funcionárias do UOLDiveo, que é uma parte da empresa destinada aos trabalhos de TI. O evento começou com a apresentação das palestrantes, dentre elas, uma que eu já conhecia do evento da TOTVS e ajudou na organização: a fofa da Camila Achutti, do blog Mulheres na Computação.

A palestra seguiu bastante os moldes da que ocorreu na TOTVS: nós abordamos a questão do preconceito e o que a mulher tem de enfrentar dentro do mercado de TI. Dividimos algumas histórias absurdas envolvendo machismo e o subestimar do potencial feminino nestas áreas tão “masculinas” (que a história já provou ser mentira). Ao longo do debate tentamos encontrar soluções para que a mulher não tenha tanto receio do mundo da tecnologia e se sinta cada vez mais confortável para trabalhar na área. No final, fizemos grupos onde cada representante falou um pouco sobre o que acha que deve ser mudado dentro da sociedade para que as próximas gerações de estudantes e atuantes em TI sejam cada vez mais femininas.

eu e a camila achutti, logo após o encontro! :3

Muitas questões foram abordadas, como a educação dos pais em casa, a construção social de gênero, a pressão masculina do ambiente, a falta de oportunidades ou de incentivo para entrar no mundo de TI, etc. No meu grupo, onde eu fui a representante, nós tocamos em dois assuntos muito importantes: as mulheres muitas vezes não entram em áreas voltadas à tecnologia porque não sentem uma figura forte feminina lá dentro, ou seja, uma inspiração. Que garota nunca viu alguma outra em um filme, com uma personalidade forte, executando alguma tarefa e pensou: nossa, como eu queria ser ela! Que garota nunca quis ser a Mulher Maravilha? Precisamos de alguém forte que seja propagado e nos inspire. E isso falta muito em TI. Que mulher temos de referência em TI? VÁRIAS. Mas elas não são tão divulgadas quanto os homens, e a propagação destas mulheres é fundamental para que novas meninas se identifiquem e queiram participar desse nosso mundo.

E se no nosso meio ou por perto não há figuras para meninas se inspirarem, que nós, garotas já ingressas no mundo da tecnologia, sejamos essa inspiração. Que tragamos para garotas mais jovens que não conhecem ou tem curiosidade em TI uma ideia fora do padrão de que programar é chato, é coisa de homem, não dá tempo de vida social, etc.

O outro ponto que abordamos é estimular a autoestima nas mulheres que já estão no mercado. Muitas garotas têm conhecimento, são inteligentes, sabem como desenvolver naquela plataforma, mas por insegurança acabam não aplicando e desistindo de um emprego. Ao contrário do homem, que às vezes nem domina a área mas entra no emprego porque tem confiança suficiente de que irá aprender de qualquer jeito aquilo que foi pedido.
Temos outros exemplos: mulheres quando conseguem um freelancer, cobram às vezes um valor muito abaixo do que realmente vale, por medo de perderem o cliente. Também há casos de mulheres dentro de empresas terem uma pretensão salarial bem abaixo do que um homem pede e ganha, porque não se sentem confiantes o suficiente. Não! Não pense assim! Você estudou, você é capaz, e você não só pode como DEVE ter seu trabalho valorizado!

Logicamente, não devemos dizer que se a mulher não é tão destacada em TI isso é culpa da sua autoestima: não! Nunca! A culpa de tudo isso é em como o mundo em que vivemos constrói socialmente nosso gênero, de forma que tudo que saia daquilo que a sociedade diz ser “de mulher” é considerado um caminho tortuoso para nós, nos afastando de áreas que inicialmente eram inclusive nossas (como a própria área tecnológica) através de pensamentos que são fincados em nossa mente, querendo nos tornar cada vez mais inseguras e menos contestadoras. Afinal, o sistema lucra em cima das opressões. Ou você acha que não é vantajoso para uma empresa ter uma mulher executando o mesmo serviço (ou até mais) do que um homem mas ganhando menos que ele?

O legado que esta Semana da Mulher na Tecnologia deixou é o de autoconfiança e união. A autoconfiança de entendermos que somos capazes de pegar qualquer trabalho, qualquer código, qualquer coisa… nós vamos conseguir! A autoconfiança de não se calar perante situações de machismo conosco ou com nossas colegas e nos impor quando vemos uma situação de injustiça ou percebemos que estamos sendo passadas para trás… por sermos mulheres!

Quando falamos de união, devemos quebrar o falso estereótipo de que mulher não é unida, mulher se detesta, etc. Isso tudo é feito categoricamente para nos separar e, consequentemente, nos enfraquecer. Se temos segurança em algo, devemos passar isso para nossas companheiras. O que conhecemos deve ser dividido entre nós, para nos fortalecer. Juntas, somos fortes e tomaremos todas as áreas do conhecimento! Porque o dom da multifuncionalidade nós sabemos melhor do que ninguém.

E que tenham cada vez mais semanas como esta e nos mais variados lugares! :)

Todo poder às mulheres!

Bikini Kill - Rebel Girl

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